
Com a consolidação da onda conservadora no nosso país, um dos setores que mais ganha é o agronegócio. Espera-se, com a eleição de Bolsonaro, um fortalecimento do agro, com um ministério mais forte e políticas públicas importantes para o fomento da atividade rural. No entanto, o novo presidente enfrentará grandes objeções para colocar em prática parte das suas ideias, como, por exemplo, a fusão entre os ministérios da agricultura e do meio ambiente. Caso essa fusão realmente aconteça, a pressão será no cenário interno e externo, a começar pela França, devido ao Acordo de Paris, que prevê diversas ações em prol do meio ambiente. Macron, atual presidente francês fez questão de citar o Acordo e a diplomacia ambiental. “A França deseja levar adiante sua cooperação com o Brasil, para enfrentar os grandes desafios contemporâneos do nosso planeta, tanto no campo da paz e da segurança internacionais quanto no da diplomacia ambiental e dos compromissos com o Acordo de Paris sobre o clima”, disse Macron em nota.
Já no cenário nacional o atual ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), que é do mesmo partido do deputado federal Evair de Melo, disse que a fusão é inviável. “Mal consigo dar conta da minha agenda em função das demandas que tem e abro mão de participar de diversos fóruns importantes porque não tem espaço nem tempo para fazer. Agora você imagina ter que lidar com as duas áreas, é muito difícil de isso dar certo e em algum momento um vai prejudicar o outro”, disse Maggi.
O exemplo dado pelo futuro ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni (DEM/RS), para embasar a decisão, é o exemplo de Mato Grosso, estado de Maggi. Ao ser perguntado sobre o possível recuo sobre a fusão, Lorezoni disse: “O presidente não recuou em nada. Ele sempre disse que, assim como tem experiência em alguns Estados, como Mato Grosso, Agricultura e Meio Ambiente ficarão juntos”, disse Lorenzoni.
Se vai dar certo, não sabemos. Só o tempo dirá se essa decisão será benéfica para o Brasil e para o agronegócio.
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