O Presidente do Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), Gilmar Dadalto, conversou como Agro é Negócio sobre um estudo dos coeficientes técnicos e custos de produção de 42 atividades agrícolas em diferentes níveis tecnológicos e situações no estado do Espírito Santo, realizado pela instituição.
Ao todo o estudo traz 67 planilhas adaptáveis às diversas condições de cada empreendimento. Isso possibilita a realização de análises comparativas de custos e receitas entre vários produtos agrícolas e avaliação da rentabilidade e da viabilidade econômica de diversas culturas.
Dadalto destacou que o estudo não é apenas para exposição, mas que pode ser aplicado na prática por agricultores de todos os portes, pois o ‘produtor sabendo dos custos de produção e comparando com os preços de venda dos produtos terá ideia da sua lucratividade obtida”, disse.
“Qualquer produtor poderá se utilizar do estudo, independentemente do porte, porque várias culturas estão em diversos níveis de produtividades. Por exemplo, tem 8 planilhas de café conilon em diferentes níveis tecnológicos e 4 planilhas de café arábica. No entanto, temos que estimular que o produtor seja um empreendedor e utilize as tecnologias disponíveis”, explicou o presidente do Cedagro.
Entre outros dados importantes, o estudo apontou que os custos de produção geral de várias atividades agrícolas, entre Janeiro de 2021 a Janeiro de 2023, tiveram um aumento médio de 20,54%, superior inflação oficial do período (15,85%). Mas, apesar disso, o valor pago aos produtores rurais, considerando os principais produtos agropecuários, subiu cerca de 50%, a exemplo do café, pimenta-do-reino, tomate, leite, abacaxi, entre outros.
Abaixo, você pode conferir uma entrevista ping-pongque fizemos com Gilmar Dadalto, presidente do Cedagro sobre os impactos desse estudo.
1 - Na prática, como o produtor pode utilizar este estudo para traçar estratégias de produção?
Por meio desse estudo, consegue-se levantar os custos para produzir os diversos produtos agrícolas em diversos níveis tecnológicos. São 67 planilhas detalhadas com 42 atividades agrícolas contendo todos os itens que são usados na produção com indicadores técnicos e respectivos custos. São separados em 2 grupos: Insumos - (sementes, mudas, fertilizantes, produtos fitossanitários, etc) e Serviços (mão de obra e máquinas). Na prática, o produtor sabendo dos custos de produção e comparando com os preços de venda dos produtos terá ideia da sua lucratividade obtida. Também é importante para o planejamento do que plantar.
2 - Pequenos e médios produtores podem se beneficiar desse estudo? Como?
Qualquer produtor poderá se utilizar do estudo, independentemente do porte, porque várias culturas estão em diversos níveis de produtividades. Por exemplo, tem 8 planilhas de café conilon em diferentes níveis tecnológicos e 4 planilhas de café arábica. No entanto, temos que estimular que o produtor seja um empreendedor e utilize as tecnologias disponíveis.
3 - Quais os principais motivos que levaram à alta dos custos na produção entre 2021 e 2023?
Os principais fatores que causaram a alta dos custos de produção agrícola foram a elevação dos insumos devido principalmente à quebra de algum elo produtivo da cadeia de suprimento e a consequente redução da oferta de produto.
4 - Apesar desse aumento no custo da produção, houve o aumento dos lucros também. O que fez equilibrar e levar essa balança para o lado positivo?
Foi notado que entre 2021 e 2023, de modo geral, os preços dos produtos agrícolas vendidos pelos produtores foram relativamente superiores a elevação dos custos de produção. No entanto, analisando a série histórica desde 2007 em que o Cedagro realiza esse estudo, esse fato ocorreu durante poucos anos. Esse ganho atual dos produtores é importante na recuperação das perdas econômicas ocorridas em anos passados, especialmente em função da seca e baixos preços dos produtos. A flutuação cíclica dos preços dos produtos, especialmente de Commodities como café e pimenta do reino, depende, principalmente do balanço global da oferta e demanda.
5 - Como esses resultados impactam a economia do Espírito Santo?
O Agronegócio capixaba representa cerca de 30% do PIB Capixaba, cerca de 45 bilhões em 2021, e mais de 80% dos municípios do estado do Espírito Santo, têm nesse segmento, sua principal fonte de renda. Assim, o aumento de renda implica em maior consumo, maior aquisição de bens e serviços, maior geração de emprego, maior circulação de mercadorias, maior geração de tributos. Em suma a roda da economia gira mais rápido.
7 - Finalizando nossa entrevista, qual a importância desse estudo para os produtores agrícolas e para a sociedade em geral?
Esse estudo é muito importante para os produtores rurais e profissionais porque permite realizar uma análise comparativa dos custos e receitas entre vários produtos agrícolas e, consequentemente, avaliar a rentabilidade e a viabilidade econômica de diferentes culturas elencadas neste trabalho.
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