Nos bastidores do mundo agrícolas que produzem alimentos para a nossa sociedade, uma revolução silenciosa está em curso: a integração do big data na agricultura. No entanto, apesar do enorme potencial que essa fusão oferece, o setor agrícola mundial ainda enfrenta desafios significativos em sua adoção plena.
De acordo com Alejandro Mieses, Diretor Executivo e Fundador da TerraFirma (Plataforma de Nuvem para modelagem de riscos relacionados ao clima), enquanto os produtores de grande porte colhem os frutos de dados estruturados e precisos para previsões mais assertivas, os pequenos agricultores muitas vezes ficam à margem desse avanço. "Os pequenos produtores podem se beneficiar enormemente da tecnologia, mas muitos ainda não veem a relevância dos dados estruturados em suas operações", explica Mieses durante o Web Summit Rio.
Um dos maiores obstáculos para a plena implementação do big data na agricultura é a dificuldade em coletar dados de qualidade. "Se você alimenta o processo de IA com dados de baixa qualidade, obterá resultados insatisfatórios", adverte Mieses. A falta de padronização nos sistemas de controle agrícola dificulta ainda mais o processo, exigindo contexto para que a inteligência artificial opere de forma eficaz.
No entanto, há esperança no horizonte. Mieses destaca a crescente colaboração entre países e órgãos governamentais para disponibilizar e coletar dados de forma ética e consentida. "Estamos estabelecendo parcerias com órgãos como Conab para treinar as IA e garantir que os dados sejam utilizados de forma responsável", diz ele.
Para os que desejam iniciar sua jornada no mundo do big data na agricultura, Mieses oferece uma direção clara: "A tendência atual da IA é construir bases de conhecimento globais, entendendo as condições locais da terra com uma perspectiva global". Em última análise, é a combinação de dados locais e visão global que permitirá que o setor agrícola avance para o futuro. Enquanto continuamos a navegar pelas águas incertas da transformação digital na agricultura, uma coisa é clara: o big data está destinado a se tornar a nova colheita de ouro do mundo agrícola, transformando não apenas a forma como cultivamos, mas também como sustentamos nosso planeta.
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