Agricultura Forte
- Domicio Faustino Souza
- 13 de abr. de 2016
- 2 min de leitura
Se o agro é negócio, também é política. Por mais que você não goste de discutir política, ela é necessária para o andamento da vida em sociedade. As políticas públicas são essenciais para direcionar o desenvolvimento dos setores da economia, seja a indústria, serviços ou o agronegócio. O poder central do capitalismo é o dinheiro, sem ele os setores não têm o poder de barganha e quem libera o orçamento de créditos para a população são os governantes.
Por meio do Plano Agrícola e Pecuário, o Ministério da Agricultura liberou 187,7 bilhões de reais para financiar a produção agropecuária brasileira (Safra 2015/2016). Já o Ministério do Desenvolvimento Agrário liberou um montante de 28,9 bilhões para financiar os pequenos produtores, por meio do Plano Safra da Agricultura Familiar.
A política agrícola faz toda a diferença para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Durante a campanha para presidente em 2014 a discussão no meio agro era a necessidade de se estruturar uma política mais voluptuoso, aos moldes norte-americano. Nos Estados Unidos da América (EUA), um dos principais países agrícolas do mundo, o Departamento de Agricultura (USDA) tem uma legislação chamada “Farm Bill”, que é renovada a cada quatro anos com objetivo de consolidar todas as políticas agrícolas dos EUA.
Uma das críticas dos líderes agro do Brasil é que por aqui não há possibilidade de fazer um planejamento amplo, pois a nossa política e valores de incentivos muda a cada ano e não de quatro em quatro anos como nos EUA. Outra queixa brasileira é a política de seguro agrícola, uma realidade estadunidense. Por aqui os produtores tem que lidar com os riscos inerentes da atividade, como a climática, sem nenhuma garantia.
As políticas públicas rurais só podem ser revertidas com pressão dos agropecuários, afinal também são eleitores e tem seus diretos, como qualquer outra pessoa ligada aos demais setores econômicos. No Espírito Santo (ES) há uma iniciativa interessante neste sentido, chamado de “Agricultura Forte ES”. O grupo que se formou no último ano já conta com mais de 500 pessoas ligadas ao setor, além de troca de informações diárias via Whatsapp e Facebook, os envolvidos fazem reuniões presenciais mensais para discutir as diversas realidades e necessidades agro no ES.
A discussão política é necessária e fundamental para o desenvolvimento e reconhecimento do homem do campo. Para ser ouvido dentro do modelo político atual, se organizar é o primeiro passo. Discutir política por discutir, sem objetivos, não leva ninguém a lugar algum, mas se tiver pautas coesas e posicionamentos definidos, a voz do campo ganhará força e pressionará as tomadas de decisões na Câmara de Vereadores, na Assembleia Legislativa, Câmara de Deputados e até no Palácio do Planalto. Pense nisso!

Texto publicado na edição 292 do Jornal Nova Notícia, mês de Fevereiro 2016, na coluna AGRO É NEGÓCIO.
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