A atividade comercial de postura de ovos em Santa Maria de Jetibá completa 58 anos este ano. Desde o início a maior dificuldade enfrentada pelo setor avícola foi a logística de insumos para fabricação de ração.
Uma das iniciativas tomadas para amenizar essa situação foi a criação da cooperativa para fabricar a ração e distribuir para os avicultores.
Ao longo destas quase seis década, o setor se profissionalizou, cresceu e o município ganhou notoriedade no agronegócio brasileiro.

Os desafios também aumentaram junto com o número de aves. Hoje, por dia chegam na cidade cerca de 40 carretas carregadas de insumos, como milho e soja. E saem outras diversas para levar os 15 milhões de ovos produzidos pelas aves.
Essa circulação de produtos é realizada 100% com caminhões.
A paralisação dos caminhoneiros por 10 dias afetou o coração do setor.
O Diretor Executivo da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES), Nélio Hand, explicou em entrevista à TV Gazeta, que o prejuízo estimado pode chegar à casa dos 90 milhões de reais.
Com a falta de insumo houve quebra de ciclo, perda de produtividade, falta de circulação dos produtos e com isso comprometeu o capital de giro. Esses são alguns dos problemas possíveis de listar.
Hand estima de 60 a 90 dias para o setor se recompor, ou seja, os prejuízos continuarem a ser sentidos por até três meses.
A avicultura corresponde à maior fatia do Produto Interno Bruto (PIB) do município e por isso, a Prefeitura decretou “Estado de Emergência”. O Governo do Estado foi procurado e conseguiu fazer a liberação de 11 mil toneladas milho do estoque da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e farelo de soja que estava em Portos capixabas pronto para exportação. Essa liberação contribuiu para dar uma sobrevida para não haver projuízos ainda maiores.
Mesmo assim, o avicultor Carlos Berger afirma que cinco mil aves morreram por falta de ração.
Infelizmente, a falta de alternativa para a chegada de insumos, deixa o setor refém de qualquer intempérie nas rodovias.
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